segunda-feira, 31 de março de 2008

FLEXIBILIDADE NÃO É PRÉ-REQUISTO À PRÁTICA DO YOGA

Por Nicole Witek

Não vou fazer...
Não vou fazer yoga porque não tenho flexibilidade.
É assim que geralmente começa a paixão por yoga!
Parece inacreditável, mas é verdade.
Quando se começa a praticar, é porque o principiante sente certas limitações, impedimentos, problemas de saúde, falta de sono, dores musculares.
A falta de flexibilidade muitas vezes é a conseqüência dessas limitações que vão piorando com o decorrer do tempo.
Conquistar flexibilidade é a conseqüência da prática de yoga e não um pré-requisito à prática do yoga.
Somatizar, transferir as dores psíquicas para o plano físico é muito freqüente. Até que ponto isso acontece? Não dá para quantificar, mas podemos facilmente afirmar que 80% das dores físicas são decorrentes de dores psíquicas.
Por que se preocupar com flexibilidade? Essa busca não é a meta em si, mas tem o seu significado. A busca pela flexibilidade tem razões fisiológicas profundas, que condicionam o próprio funcionamento do nosso organismo. As posturas realizadas pelos yogis não são mera busca por elogios "olha como somos flexíveis", mas sim, a busca da mobilidade maior de todas as articulações, com o objetivo de deixar circular a energia vital - prana.
Segundo a fisiologia sutil do yoga, nossa saúde depende da quantia de energia armazenada e disponível no nosso organismo, e da sua circulação livre nos dutos chamados "nadis", que percorrem o corpo em todos os sentidos como as nervuras das folhas de árvore. Os yogis afirmam que uma articulação cuja mobilidade é reduzida, é um obstáculo à circulação livre da energia sutil, base de nossa vitalidade e de nossa saúde. Quanto menos mobilidade nas articulações, mais elas se tornam uma resistência, uma represa para o livre fluxo da circulação pranica. Para os yogis: flexibilidade = juventude = saúde.

A coluna vertebral

Cada articulação tem a sua importância, seja a do tornozelo ou da bacia com a coxa, mas a flexibilidade da coluna vertebral é importantíssima. A nossa coluna é o pilar do nosso esqueleto e contém a preciosa medula espinhal, que é a "estrada" de todos os intercâmbios nervosos.
A mobilidade da coluna vertebral é essencial e é na prática cotidiana que percebo minhas limitações. Minha coluna resiste!
Por que resiste?
Lógico, são os músculos! Já que a coluna é composta de peças ligadas entre si por ligamentos, cujos comprimentos vão condicionar minha flexibilidade. O trabalho deve ser feito no nível desses músculos.
Se você achar que "relaxar a musculatura das costas" é suficiente, você está enganado. O nosso corpo tem uma complexidade que requer mais sutiliza.
O sistema muscular que sustenta a coluna vertebral tem quatro níveis distintos. Da superfície do corpo para a profundidade, essas quatro camadas usam fibras de comprimento menor a cada nível: de compridas na superfície, as fibras passam a ser mais curtas. Esses músculos profundos estão localizados abaixo das três camadas de músculos superficiais.
Em que esse conhecimento pode auxiliar para melhorar a prática do yoga?
Primeiro é necessário reparar na cor! Os músculos superficiais são mais pálidos, enquanto os músculos profundos, diretamente ligados às vértebras, são de cor vermelha escura.
Quando a cor é diferente, é porque os músculos têm papéis diferentes. Se os músculos mais claros da superfície são mais compridos, eles cansam mais rapidamente. Enquanto os músculos da profundidade do corpo são mais escuros e mais resistentes, mais lentos e quase não cansam.
Do ponto de vista do yoga, os músculos mais profundos resistem mais aos alongamentos e estiramentos, por que eles são curtos, poderosos e contraídos permanentemente durante o estado de vigília.
E fácil ter consciência da musculatura superficial, dos músculos longos e pedir que eles relaxem, e muito mais difícil conscientizar-se dos músculos profundos, diretamente ligados às apófises vertebrais. Na prática das posturas, esses músculos resistem ao alongamento e são obstáculos para nossa flexibilidade.
Os músculos curtos e resistentes, localizados abaixo das três camadas de músculos superficiais, controlam a rigidez elástica e sólida da coluna vertebral. Solidez e elasticidade não são palavras contraditórias. Esses músculos têm possibilidade de dar firmeza à coluna, resistindo ao estiramento. Esses músculos curtos são oblíquos, como os cabos do mastro de um veleiro: são os cabos que tem função de dar resistência ao mastro.
De onde vem o problema?
Como a musculatura profunda tem como objetivo dar firmeza à coluna, eles são permanentemente tensos e contraídos. Se nós ficarmos durante horas na mesma posição, eles ficam ainda mais rígidos, como que congelados. Apesar da resistência ao esforço que eles têm, também podem se cansar. Nesse caso, serão os músculos compridos da superfície que entrarão em ação para socorrer os músculos profundos. Isso pode levar de dores difíceis de agüentar, a males crônicos.
Antes de chegar a essa situação, nós já sabemos que a fuga do sedentarismo e a prática um yoga comum, com certeza, pode amaciar os músculos compridos e superficiais.
Além de tudo, existem no yoga práticas específicas, que visam justamente atingir os músculos profundos ao longo da coluna vertebral.
Essas posturas são as laterais e de torções. Uma vez que a postura é feita, devemos aplicar vários recursos:
A permanência, que vai permitir que as fibras tenham tempo de se alongarem;
A nossa atenção para despertar essa mesma musculatura;
O uso da respiração, para fazer uma massagem profunda e ajudar no alongamento da musculatura.
E durante o dia: escolher uma cadeira confortável para reduzir os riscos de contraturas e tensões dos músculos profundos, esticar o corpo várias vezes durante o dia para não permitir a instalação dessas tensões, favorecer o movimento, fazer sua prática de yoga, praticar com mais perseverança as posturas que trabalham suavemente, porém com eficiência, os músculos profundos.
Com a prática de yoga, a flexibilidade será conquistada aos pouco, e o resultado será ter condições de realizar aquelas posturas tão maravilhosas praticas pelos yogis.
Portanto, a falta de flexibilidade não é uma desculpa para não começar a praticar. Pelo contrário, ela será o resultado da sua prática.
Lembrem-se: flexibillidade = juventude = saúde!
O Deus que habita em mim saúda o Deus que habita em você.
Namastê!

quarta-feira, 26 de março de 2008

OS RITMOS DA VIDA

Durante muito tempo procurei uma explicação para as fases de cansaço e algumas vezes até exaustão que eu sentia, e que passavam sem que eu fizesse nada diferente, quer na rotina diária, na alimentação ou no sono. O que melhor explicou estas fases foram os biorritmos.

Segue abaixo uma cópia do Apêndice do livro Uma Jornada Interior, de autoria de Sara Marriott, publicado pela Editora Pensamento (http://www.pensamento-cultrix.com.br/). Mais informações poderão ser encontradas em outro livro da Sara Marriott, Ritmos da Vida - Guia Prático, também publicado pela Editora Pensamento, onde ela explica como você pode calcular o seu próprio biorritmo e assim saber em que fase do biorritmo você está.

APÊNDICE

Ritmos, Exercícios e o "Padrão da Vida", em sua simplicidade e beleza, são algumas das coisas tangíveis que me ajudaram a compreender e a usar mais as ilimitadas energias que estão disponíveis, através da nossa cooperação com os parceiros internos, na totalidade do nosso Ser.

Os Sete Ritmos Principais

Descobri nos ritmos a forma pela qual eu podia focalizar a minha atenção sobre as energias superiores ou, pelo menos, não trabalhar contra elas. A compreensão disso me ajudou a descobrir por que sinto e respondo da maneira como o faço.

Não tendo prática de ritmos, raramente me recordava de segui-los, até que, de repente, me vi irritada, cansada ou menos eficiente do que de costume. Então, quando tinha a idéia de ver o gráfico, invariavelmente encontrava o padrão externo dos meus sentimentos interiores muito claramente representado. Quando pude descobrir que estava exigindo demais de mim mesma na hora errada, consegui liberar-me das tensões e, com um pouquinho de cuidado, consegui colocar novamente a minha atenção em foco.

Logo aprendi a planejar com antecedência, tanto nos períodos baixos quanto nos altos, para usar melhor a energia e, assim fazendo, relacionei-me melhor com as pessoas e realizei muito mais, com facilidade e alegria. Aos poucos, descobri que para ser eficiente, a maior parte do tempo, bastava dar uma olhadela no gráfico para obter as informações corretas e fazer os reajustes necessários ao meu programa. Nos períodos mais receptivos, assim como nos mais ativos, o meu corpo respondia livre de tensões, com renovada energia e clareza mental. Minha experiência, porém, levou-me a crer que é no Quarto Ritmo, o da harmonia ou intuição perfeita, que deveria ser posta a ênfase da humanidade nesta década de 80.

Quando estou consciente dos sete ritmos principais e das suas qualidades, fico mais capacitada para me manter todos os dias em contato com as energias superiores, porque cada combinação equilibrada dos ritmos traz seus próprios tesouros.

Os BIORRITMOS formam o tear no qual são tecidos, dia a dia, os ritmos superiores da tapeçaria da nossa vida. Muito tem sido escrito sobre biorritmos, de forma que, aqui, darei apenas uma breve descrição. Os biorritmos têm os seguintes ciclos:

  • FÍSICO: É o sétimo ritmo. Manifesta-se através da força etérea que mantém as células e fibras físicas no seu padrão. Ciclo de 23 dias: Fase Ativa: duração de 10 dias e 12 horas; Fase de Cruzamento: duração de 24 horas; Fase Receptiva: 10 dias e doze horas; e outra Fase de Cruzamento: 24 horas. Na fase ativa, o corpo físico tem amis resistência e energia. Quando a fase é receptiva, ou regeneradora, ele fica mais aberto para a cura e para o tranqüilo fluxo de energia.

  • EMOCIONAL: É o sexto ritmo. Manifesta-se através das células nervosas. Ciclo de 28 dias: Fase Ativa: duração de 13 dias; Fase de Cruzamento duração de 24 horas; Fase Receptiva: 13 dias; e outra Fase de Cruzamento: 24 horas. Na fase ativa, o corpo emocional tem os nervos mais firmes, os relacionamento são mais fáceis. A fase receptiva é umperíodo mais tranqüilo, mais revigorante para os nervos, a não ser que estejam sob pressão.

  • MENTAL: É o quinto ritmo. Manifesta-se através das células cerebrais. Ciclo de 33 dias: Fase Ativa: duração de 15 dias e 12 horas; Fase de Cruzamento: duração de 24 horas; Fase receptiva: 15 dias e 12 horas; e outra Fase de Cruzamento: 24 horas. Na fase ativa, o corpo mental tem percepção mais aguda e julgamento preciso. Quando a fase é regenerativa, ele torna-se mais receptivo às energias criativas superiores.

As linhas retas indicam os pontos nos quais a marcha vibratória muda, entre as fases ativa e receptiva, quando os ritmos se entretecem. Quando o ciclo tem um número ímpar de dias há dois meios dias extras nos quais a fase de cruzamento começa 12 horas mais tarde. isto está indicado no gráfico por um sinal de adição (+).

Os dias de cruzamento, ou críticos, são os períodos de mudança, que começam na hora do nascimento da pessoa. As células estão mais abertas durante essa mudança, movendo-sen de um lugar para outro, de maneira instável, entre ativo e receptivo, como a mudança de marchas num carro. Durante esse tempo, quando é dada atenção ao ponto mais alto de conscientização que pode ser atingido ou aos ritmos do Eu superior, podemos abrir caminho para um magnífico fluxo de energias curativas e criativas. Em grau menor, estamos mais abertos para essas energias durante toda a fase receptiva ou regeneradora de cada ciclo.

Num cruzamento duplo ou triplo, quando dois ou três ritmos se cruzam no mesmo dia, ou estão muito próximos, a pessoa fica muito aberta às vibrações mutáveis. Deve-se ter um cuidado especial, buscando-se uma harmonização com a força interior dos poderes curativos e criativos, que ajudam a manter a pessoa em eqüilíbrio.

Os Ritmos Superiores

Depois que eu havia trabalhado com os três biorritmos durante algum tempo, uma nova porta abriu-se para revelar as energiassuperiores e a interligação dos sete ritmos principais do Ser de uma pessoa. Em meditação, mostraram-meos Ritmos de Outro, ou os Ritmos Superiores do ensinamento interior, que traziam uma compreensão muito maior das energias superioresa nós disponíveis no nosso dia-a-dia. Os quatro ritmos superiores mostram a seguinte significação e projeção:

  • INTUITIVO: Ou Consciência em Evolução. É o quarto ritmo, sincronizando e agindo como uma balança entre os corpos inferiores e os superiores em padrão de interligação. Também é conhecido como o ritmo da Compaixão, tendo o coração como eqüilíbrio. Ciclo de 38 dias: Fase Ativa: 18 dias de duração; Fase de Cruzamento: 24 horas de duração; Fase Receptiva: 18 dias; e outra Fase de Cruzamento: 24 horas.

  • MENTAL SUPERIOR: É o terceiro ritmo, Luz da Compreensão, do Conhecimento, da Fé e da Energia Criativa. Ciclo de 43 dias: Fase Ativa: 20 dias e 12 horas de duração; Fase de Cruzamento: 24 horas de duração; Fase receptiva: 20 dias e 12 horas; e outra Fase de Cruzamento: 24 horas.

  • AMOR SUPERIOR: É o segundo ritmo, Amor Incondicional e Não-possessivo, que cura e transforma. A ação desse Segundo ritmo só pode ocorrer quando esse amor tem permissão para passar, através de nós, para todas as pessoas e coisas, da mesma forma como o sol brilha pra todos. Ciclo de 48 dias: Fase Ativa: 23 dias de duração; Fase de Cruzamento: 24 horas de duração; Fase receptiva: 23 dias; e outra Fase de Cruzamento: 24 horas.

  • VONTADE SUPERIOR: é o primeiro ritmo, modelo ou verdade perfeita do nosso Ser, com o qual nos harmonizamos. Ciclo de 53 dias: Fase Ativa: 25 dias e 12 horas de duração; Fase de Cruzamento: 24 horas de duração; Fase receptiva: 25 dias e 12 horas; e outra fase de Cruzamento: 24 horas.

Quando os ritmos superiores são confirmados de forma maravilhosa nos níveis exteriores, podemos ver a significação mais profunda nos gráficos dos biorritmos. De início, os ritmos superiores parecem inspirar um respeitoso temor e dão a impressão de serem inabordáveis a partir do nível humano. Quando, finalmente, ouvi e comecei a ver a sua realidade em nossas vidas, personifiquei os três ritmos superiores como sendo linhas retas e douradas nos gráficos e o Quarto Ritmo como uma linha escura, qualidade bastante desconhecida em minha vida. Apesar disso, sabia que ele era uma chave vital que eu poderia aprender a usar através da escuta silenciosa, da meditação ou nos momentos intuitivos, quando podia me harmonizar com as pessoas e coisas que me rodeavam. Certa manhã, deram-me esta indicação referente à intercomunicação dos ritmos:

"O Sétimo Ritmo - do corpo físico - seria tão perfeito quanto o padrão perfeito do Primeiro Ritmo se, em vez de distorcê-lo com pensamentos e reações negativas, você deixasse que a luz e o amor superiores fluíssem, trazendo saúde radiante parra todos os níveis."

Continuei a usar as linhas retas e douradas durante algum tempo, embora o meu Iinstrutor Interno, de diferentes maneiras, indicasse o arco-íris e as suas cores:

"Se você seguir os ritmos dos ciclos de ouro, irá vê-los erguerem-se suavemente sobre você como o sereno ARCO do arco-íris e passarem majestosamente em torno do seu ponto de partida, que você não pode ver, a não ser que esteja bastante acima da terra. Eleve-se com esses ritmos ao iniciar o dia e repouse com eles, à noite; eles são completos."

Finalmente, um dia, quando eu estava explicando os ritmos, a luz surgiu e eu tentei traçar os ritmos com as cores do arco-íris. As implicações eram excitantes, porque falavam de uma história inteiramente nova, de interação superior. Os ritmos superiores de luz e amor desceram, com suas cores douradas, para os corpos mentais e emocionais, enquanto o azul do ritmo emocional foi elevado para se tornar a luz e o amor dos ritmos do Eu Superior. O verde do ritmo mental elevou-se para se fazer a cor do ritmo intuitivo, o quilíbrio entre as três cores quentes dos corpos inferiores e os azuis e violetas dos ritmos superiores.

Quando alcancei esse ponto, recebi uma confirmação muito real por parte de umamigo, que me enviou uma explicação muitomais compreensível dos sete ritmos. Percebo que esta é uma era em que o conhecimento dos ritmos do Eu Superior e importante, porque eles abrem a porta para as considerações mais amplas, para uma maior criatividade e compreensão do nosso potencial. Quando nós próprios abrimos o caminho, o amor transmutante do nosso Eu Superior nos protege e nos capacita a tomar parte na construção de um mundo novo:

"Todos os que buscam encontrarão o calor e o amor na grande luz dos ritmos superiores, a luz da compreensão que mostra o caminho. Repouse tranqüila nesses Ritmos que estão sempre à espera de aceitação; harmonize-se com eles e permita que eles entrem em ação na sua vida."